terça-feira, 2 de junho de 2020

Capitulo 1

Eu não sei direito por onde começar. Faz um tempo que penso que escrever sobre minha vida podia ser interessante. Não que minhas experiencias sejam mais emocionantes, relevantes ou de valor do que qualquer outra, mas penso que pode ser um exercício de auto-conhecimento, pra mim, e porque não, para alguém mais que possa ler e se identificar.
Meu avô escreveu também sobre a vida dele. Ele foi soldado na segunda guerra mundial, e passou por traumas que nem conseguimos mensurar. Desenvolveu Alzheimer, e pessoalmente acho que foi uma resposta do organismo dele, para deletar essas memórias. Ele escreveu sobre a vida dele, detalhadamente, mas a parte da guerra, sobre os traumas, ele não conseguiu se aprofundar.
Não sei também se vou conseguir me aprofundar o tanto que eu gostaria. Mas começar é importante, pelo menos pra mim. Preciso me organizar.
A idéia de escrever um livro me persegue há muito, muito tempo. Sempre gostei de escrever. Achava que minhas teorias sobre as coisas eram boas. Cheguei a escrever um livrinho sobre uma visão  da Genesis do Universo para crianças. Na época foi também um exercício para responder as perguntas da minha filha. O livro não publiquei. Não terminei. Faltou a ilustração, e sinceramente me achava uma Zé Ninguém pra ousar escrever um livro que explicasse a origem do universo. Mas sobre mim mesmo, tenho autoridade pra falar. Ninguém melhor que eu mesma sabe por onde já andei, pelo que passei, pelo que aprendi e ainda tenho que aprender.

(Fiz uma pausa). Por onde começar? Pelo fim? Pelo começo? Quando eu vou a uma sessão de terapia normalmente começo pelos últimos acontecimentos, porque me cansei de ter que explicar desde o começo da onde vinha minha dor. Na verdade também é uma forma de otimizar o tempo da sessão. Já cheguei a ficar 3 horas com uma psicologa, mas agora com o plano de saúde, só tenho 30 minutos. Na verdade faz um tempo que nem a terapia vou mais. Os porquês, deixo pra outro momento.


Então vamos pelo fim, ou melhor, pelo momento atual.

Vou me apresentar: Tenho 35 anos, sou mulher, brasileira, descendente de alemães e por parte de pai não sei direito. Cresci ouvindo que tinha de tudo na família do meu pai : Italianos, espanhóis, índios e negros. Tenho dois filhos: uma menina e um menino, com 12 anos de diferença entre eles. De dois relacionamentos diferentes. Nunca cheguei a me casar. E sempre foi um sonho. Mas a vida pra mim não seguiu o rumo que a sociedade considera normal. Estou recém separada do pai do meu ultimo filho. Vivemos como casados por 3 anos. E acabo de me descobrir codependente.

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